por Cecília Prompt

O uso de materiais naturais para a construção acompanha a história da humanidade. O pesquisador  Cunha (2009) considera evidências de que as primeiras construções da humanidade, feitas de madeira e palha, datam de 100.000 a.C. Tratavam-se provavelmente de abrigos temporários utilizados por povos caçadores e coletores que tinham necessidade de se distanciar de seus abrigos permanentes (cavernas) por um tempo prolongado.

Hoje vivenciamos um momento na construção civil no Brasil e no mundo em que predomina a tendência do uso de materiais industrializados que utilizam grandes quantidades de recursos naturais e demandam muita energia para serem fabricados. Claro que a indústria e a alta tecnologia também nos ofertam diversas soluções que auxiliam a promover a sustentabilidade nas edificações. No entanto, sabe-se que a construção civil é a atividade humana que gera maior impacto ambiental.  Portanto, a busca pela diminuição desse impacto é evidente. Assim sendo, das muitas formas de se obter sustentabilidade nas edificações, a bioconstrução é apenas uma delas – e para cada edificação, uma solução.

Bioconstrução

O uso de materiais de baixo impacto ambiental talvez seja a característica mais marcante associada à bioconstrução, que abusa de materiais como terra crua, bambu, madeiras reaproveitadas, palha, pedras e aditivos de origem vegetal. Ainda assim, não podemos nos deter a somente estes materiais que são “a cara” da bioconstrução. Primeiramente porque nem sempre teremos estes materiais disponíveis – sempre lembrando que as soluções devem ser pensadas para cada caso. E segundo porque a indústria, como já foi citado, oferece diversas soluções para diminuir o impacto das edificações. Assim sendo, a pesquisa sobre materiais disponíveis no mercado é imprescindível – vale ressaltar que devemos sempre favorecer materiais produzidos na região em que a casa será construída.

 

*Cecília Prompt é arquiteta e urbanista, pesquisadora, Mestra em arquitetura e doutoranda em construção com terra (UFSC).